a miséria humana e a graça divina

Então Judas Iscariotes, um dos Doze, dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes a fim de lhes entregar Jesus. A proposta muito os alegrou, e lhe prometeram dinheiro. Assim, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo.

No primeiro dia da festa dos pães sem fermento, quando se costumava sacrificar o cordeiro pascal, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: "Aonde queres que vamos e te preparemos a refeição da Páscoa? " Então ele enviou dois de seus discípulos, dizendo-lhes: "Entrem na cidade, e um homem carregando um pote de água virá ao encontro de vocês. Sigam-no e digam ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre pergunta: Onde é o meu salão de hóspedes, no qual poderei comer a Páscoa com meus discípulos? ’Ele lhes mostrará uma ampla sala no andar superior, mobiliada e pronta. Façam ali os preparativos para nós".

Os discípulos se retiraram, entraram na cidade e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito. E prepararam a Páscoa. Ao anoitecer, Jesus chegou com os Doze. Quando estavam comendo, reclinados à mesa, Jesus disse: "Digo-lhes que certamente um de vocês me trairá, alguém que está comendo comigo". Eles ficaram tristes e, um por um, lhe disseram: "Com certeza não sou eu!" Afirmou Jesus: "É um dos Doze, alguém que come comigo do mesmo prato. O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito. Mas ai daquele que trai o Filho do homem! Melhor lhe seria não haver nascido".

Marcos 14:10-21

Nos últimos dias antes da crucificação em Jerusalém, Jesus sofreu crescente oposição dos líderes religiosos ao ponto de Judas, discípulo de Cristo, planejar entregá-lo aos seus opositores que já estavam tramando matá-lo.

Este trecho expõe dois aspectos relevantes para a existência humana.

1) Miséria humana

Judas era um dos 12. Discípulo do círculo íntimo de Jesus, passou os últimos 3 anos convivendo 24 horas, 7 dias por semana com Cristo. Traiu intencionalmente Jesus, uma vez que a iniciativa de entregá-lo foi dele. Sua perversidade não é muito diferente da perversidade encontrada em todo coração humano. Muitas vezes nós também nos entregamos ao pecado intencionalmente.

A alegria dos chefes dos sacerdotes com a proposta de Judas em entregar Jesus a eles para morrer revela mais uma vez a perversidade do coração daqueles homens. Judas, em oposição à atitude de Maria, não busca entregar tudo o que tinha por amor ao seu Senhor, mas busca uma recompensa para traí-lo. A partir do acordo feito, Judas começou a premeditar a hora certa para entregar Jesus, mostrando novamente que a traição não foi ocasional mas intencional. A miséria humana é evidência da necessidade da humanidade de um salvador e a razão que levou Jesus a morrer. Precisamos abrir nossos olhos e perceber que todos nós precisamos de um salvador.

2) Graça divina

Jesus anuncia sua traição no jantar de Páscoa, deixando claro para todos que ele não seria pego de surpresa e que a forma como seria entregue também estava em seus planos. Ele entregou sua vida voluntariamente e estava no controle. Apesar de todo o plano ter sido escondido, Jesus mostra que sabia o que estava acontecendo e quem o trairia. Mesmo assim, Ele se entregou voluntariamente em um ato de graça e misericórdia. Tranquilize seu coração diante do Senhor. Ele tem o controle e seus planos nunca são frustrados. Ele não é pego de surpresa.

Conclusão

Todos precisamos reconhecer, dia a dia, nossa miséria humana e necessidade da salvação, pois ainda lidamos com a inclinação do nosso coração em se entregar ao pecado. Ao mesmo tempo, devemos também reconhecer diariamente a graça divina revelada na entrega voluntária de Cristo para nos salvar, de maneira que podermos descansar no sacrifício de Jesus.